Nascida em El Salvador, Gabriela Larios sempre gostou de arte. Depois de receber lições da sua mãe, foi estudar para Londres. Ao longo da sua carreira, Gabriela desenvolveu um estilo influenciado por tudo o que se relaciona com viagens e documentários sobre a vida selvagem.
Para além de poder apreciar os seus desenhos florais e faunísticos sob a forma de murais de parede, Gabriela também ilustrou tudo e mais alguma coisa, desde cartões de felicitações a tecidos de realce, e até expôs as suas obras de arte.
Nesta entrevista exclusiva, descubra o artista por detrás de uma das nossas colecções mais divertidas.
1. Conta-nos como começaste a trabalhar com arte e design
"A minha paixão pelo desenho, pelos têxteis e pela ilustração começou quando eu era pequena. Foi a minha mãe que me ensinou as primeiras lições sobre paletas de cores e as suas várias combinações. Também me deu a conhecer o mundo das aguarelas e a sua utilização, que é até hoje uma das minhas técnicas preferidas.
A flora e a fauna eram alguns dos meus temas favoritos e ainda estão muito presentes entre as coisas que despertam a minha criatividade. Depois de trabalhar alguns anos em design gráfico e de obter o meu diploma de artes em Londres, percebi que tinha uma paixão por ilustração, têxteis, padrões e livros infantis e continuei a aperfeiçoar as minhas competências nestas áreas e a trabalhar arduamente de forma independente, que foi o que sempre quis para ter mais flexibilidade entre a família e o trabalho."
2. De onde vêm as tuas ideias?
"As ideias podem vir de qualquer lado, por vezes dos sítios mais invulgares. Visito plataformas como o Instagram e o Pinterest, mas tento estabelecer limites quanto ao tempo que passo lá, pois sinto sempre que podemos acabar por ficar saturados de criatividade e excessivamente influenciados por tantas coisas maravilhosas que podemos encontrar lá fora.
Gosto de viajar para sítios diferentes, conhecer novas culturas, ler revistas, ver documentários sobre a vida selvagem, visitar mercados de artesanato e exposições em Londres. Inspiro-me no mundo natural que respeito profundamente e também nas memórias da minha infância em El Salvador: os contos populares, a arte popular e os contos de histórias estão sempre presentes no meu trabalho."
3. Fale-nos um pouco mais sobre o seu processo criativo
"A primeira fase consiste em recortar e pintar livremente sem colocar demasiada pressão sobre o resultado. Desenvolvo personagens, texturas e ícones recorrendo à colagem, combino elementos para formar uma composição final com a ajuda do computador.
A aguarela, o guache e a colagem são alguns dos meus meios preferidos, pois adoro o seu carácter orgânico e espontâneo. Também utilizo ferramentas digitais como o Photoshop, especialmente nas fases finais, pois por vezes é mais fácil manipular e desenvolver a obra de arte a seu gosto."
4. O seu trabalho é fortemente inspirado no mundo natural. Na sua opinião, como é que o design e as tendências podem andar de mãos dadas com o ambiente?
"Esta é uma óptima pergunta, pois penso que a natureza está no centro das tendências neste momento mas, por outro lado, mesmo que a estejamos a celebrar nas nossas roupas, casas e produtos, penso que podemos ir mais longe e fazer coisas práticas para minimizar o impacto que temos no ambiente. Penso que o poder não está apenas nas empresas e nas tendências, mas também nas decisões que os consumidores tomam. Podemos escolher e apoiar marcas e produtos que sejam ambientalmente responsáveis e comprar coisas duradouras de que realmente precisamos nas nossas vidas. Por outro lado, como artista, tento fazer a diferença através da minha arte, produzindo peças que espero que as pessoas apreciem durante muitos anos, para além das tendências e da moda actuais."
5. Têm alguma recomendação sobre a forma como as pessoas podem aplicar os vossos murais nas suas casas?
"Penso que, em geral, as pessoas são livres de aplicar os murais de acordo com as suas necessidades e gostos. As pessoas podem combiná-los com acessórios, têxteis e mobiliário cuja paleta de cores complementa de alguma forma o mural, mas também o ajuda a destacar-se. As minhas obras de arte tendem a ser muito coloridas e cheias de pormenores e, por isso, a minha sugestão seria combiná-las com outros elementos e acessórios que tragam harmonia à divisão através da utilização de cores lisas/negritas."
Esperamos que tenham gostado desta entrevista! Se quiser saber mais sobre a Gabriela, pode ler o seu post sobre como criar uma casa perfeita.
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